segunda-feira, 5 de julho de 2010

Caminho do sereno



Isabela via os erros como só ela. De um jeito próprio, chega a ser até agudo. Aprende, guarda para si, e sabe que vai usar no futuro algum dia assim, duvidoso...
Chegava a manhã e pensava no mundo lá fora, o seus sonhos a incomodavam,. Insistiam com uma pressão absurda em sua imaginação. Sabia que vivia e morria todos os dias um pouco para eles.
Aos poucos ia se moldando, transformando sua vida numa batalha difícil e gostosa de viver. Girava o botão da vida para um tom mais grave, solene. Lançava para outrem os conselhos que recebia como uma dádiva.
A musica tranqüilizava-a. Como quando o som combinava, agora, com a sensação de seu vazio único. E prenchia suavemente, tocando cada parte numa nova harmonia conhecida pela alma...
O tempo, que para ela era algo criado pelo homem, passava com cada giro do Sol ao seu entorno. Calava, fingia. Seguia com mistério incerto...

quinta-feira, 24 de junho de 2010

Ladeira...


Cái á água e escorrega. Degrada lá de cima do terraço. Há um morrinho onde o andar calmo da água é continuo. Escorrendo e empurrando em direçao a parte mais baixa. A ardósia que já era fria, congela. Estremeceu e tremeu. Um tremor que pertuba, confunde e mexe. E remexe. Faz o coraçao vibrar... Tanta reflexão já nao pode haver mais. O pé frio descalço que encontra com a água toma um susto! Pulsa, pertuba! Os nervos continuam a tremer e o que há de fazer é procurar um abrigo, coberto e seguro. Mesmo ainda no frio. Já sinto que é menos frio. Aos poucos a atmosfera vai secando e transformando o efeito que antes assustava as percepões. Novo mundo que antes era molhado e assustado. Agora parece cheio de peças que controlam o seu andar. Peças externas e do coraçao também. Continuam a moldar o coraçao. Continuam ensinando a alma a rogar sempre por algo que constrói um novo dia sem chuva...

terça-feira, 8 de junho de 2010

Julieta


Num instante de angustia o novo chega. Surpreendendo ele chega. Assustando também. E como muda, muda tudo do preto para o branco, do escuro para o claro. Transforma- se apenas. Permanece entao outro dia, outra idéa. Idéa renovada, num pensamento mais claro e fiél. Com o ajeitamento de tudo com os dias que passam, com o tempo que voa sem uma nítida percepção.
Julieta precisa aprender a ser sozinha. É frequente ela se perder no caminho. Se desviar e voltar a brincadeira, que é efêmera. Precisa logo logo sair do frio e se aquecer no Sol. Se confortar sem a ajuda de ninguem, matando os tals leões diários com a sua boa vontade de menina moça mulher. È uma fase que transita assim: hora é menina, hora é mulher. Ingênua que só vendo. Essa é Julieta. Mas ela nao muda nem por resa brava. Se soubesse o tanto que as pessoas de fora o querem bem. Se sentisse isso algum dia...

sexta-feira, 21 de maio de 2010

Reflexao


Está cansado. É levado por uma infinidade de momentos digamos desinteressantes.Vácuos. De tanto pensar nao chega numa resposta plausível. Obrigações devem ser cumpridas e sempre há necessidades de primeira mão pendentes. Precisa de concentração e entrega. Não queira entender.Ele por si só já passa boa parte do dia já tentando tal desafio.
Desafoga num mar de solidão acolhido pelo frio do ócio.
Deságua sua alma na proximidade do peso da vida. E vê que o simples é enigmático, empolgante...
Quer atenção. Você precisa escutar o que ele tem a dizer. Precisa gritar alguma coisa que seja reconhecida.O que ele diz é cruel, sujo e enigmático. Tem que ter estômago para agüentar tal agonia. Que persiste e situa em um só repulso.
Espera. Cansa-se de esperar. Esperar é um milagre. Justa solidão que atua e confia em dias melhores.
Prepara-se com tal zelo que chega a fazer cada detalhe com a mais boa vontade de um herói Pronto pra batalha.
Relaxa por um momento. Constrói. Escuta e aprende. Aquieta-se. Assusta, conforme encontra mar de choques.Chora, vê, reflite e nada de diferente nota. Acho que está num estado de uma mesmice absurda para qual foje com letras. Que dançam e orgulham de estarem vivas. Permanentes, situantes e indefesas na alegria de uma cerimônia comemorada.
Interrompe então seu presente modo de vida, de rotinas e preferências. De uma ideologia respeitada religiosamente para o que é bom. Erra. Pensa, pensa e pega se pensando. Dorme confiante de um futuro próximo acolhedor. Sabe a paz de um momento.
Acorda mais um dia normal.Acorda e se banha na mais gelada água. Revigora. Planeja. Vê o cru e o amargo. Fecha a boca e continua calado como quando desviava a atenção ao olhar para o céu, onde talvez era um refúgio para se livrar dos incomodos. Rema seu barco com expressão marcante.
Acredita então que é seu esta guardado, escondido e aclopado de muito esforço e desejos..